vou tentar mais uma vez...

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

zumbidoss do passado....

É como se fosse uma abelhinha que fica zunindo o tempo todo por trás do barulho da TV....

Você tenta ignorar. Tenta mudar de canal. Mas nada tira aquilo.
Tenta se deixar levar pelos sons da tv, o suficiente para que o som não te incomode.
Às vezes até consegue. Passa alguma coisa que chama a atenção. Mas, no fundo, no seu subconciente você sabe que o zumbido continua lá.
Minha mãe viajou hoje. Acabou de sair, com minha irmã, meu sobrinho e meu cunhado.
Foram para São Paulo. Ela era a maior parte da minha tv. A mais importante pelo menos.
Agora so sobrou as imagens. O som sumiu. E advinha? O zumbido voltou com força total!
Eu não sei exatamente quando ele apareceu. Um dia eu acordei e ele estava lá. Me atormentando.
Também não tenho certeza de quem foi a maldita abelha que colocou esse zumbido lá.
Mas tenho a impressão de que ele é fruto das minhas desavenças com as minhas amigas.
Um dia, comecei a perceber que elas estavam meio estranhas...eu chegava e elas paravam de conversar....ou ficavam cochichando.
Já ouviram falar que para toda ação existe uma reação??
Pois é. Como elas estavam estranhas, eu comecei a ficar chateada com aquilo.
Aí eu chegava e ficava de cara feia. Mau-humorada. Azeda. Tudo que elas falavam era motivo para discussão.
Então eu comecei a me afastar. Não saía mais. Da casa para a escola, da escola para casa.
Elas perguntavam o que estava acontecendo. “Nada” eu dizia sempre. Ah! Se elas me conhecessem realmente.
Eu estava quebrada. Morta. Mas o pior é que sabia fingir bem. Ou elas é que não sabiam ler através de mim.
E eu não tinha ajuda. Minha mãe? Não teria coragem para contar para ela que sua filha estava tão doente que achava que todos estavam rindo dela.
Que tudo de ruim que acontecia (talvez, simplismente porque tinha que acontecer) era o mundo cuspindo na cara dela.
Mostrando o quanto ninguém se importava com ela.
O quanto ela era ridícula e desmerecida de amor, ou qualquer outro tipo de sentimento.
Isso passando pela cabeça de uma garota que tinha “amigos”?
Que tinha uma vida “normal”? não, isso não poderia ser verdade.
Minhas amigas?
Eu já estava contaminada demais para contar a elas o que estava se passando em mim.
Elas não podiam estar interessadas em um garota tão idiota e problemática!
Mesmo quando perguntavam. Eu duvidava que a preocupação podia ser verdadeira.
Mas tudo passa.
Mesmo que a gente ache impossível suportar.
Tudo se acalma.
Tudo perde um pouco do brilho. Seja ele bom, ou não.
Ainda assim ficam marcas.
Marcas que mudam a personalidade da gente para sempre.
Eu tive muitas marcas.
A mais sensível é o vazio. O vazio que eu sinto quando estou só.
Quando alguém se vai da minha vida.
É aquele zumbido que eu disse lá em cima.
Eu sempre sei quando ele vai chegar. Da para sentir. Mas não dá para evitar.
Nunca. Nunca.
Eventualmente ele vai ficando mais fraco depois de algumas horas.
Às vezes demora.
Mas meu único consolo é que ele se vai. Assim como apareceu.

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