vou tentar mais uma vez...

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domingo, 4 de outubro de 2009

Vazio. Silêncio. Nada.


Domingo. Ah! Ninguém merece! Esse é o pior dia para mim.

Além de segunda claro, quando bate aquela preguiça.

Sozinha. O tempo ridiculamente quente. Como se a gente fosse nuggets assando.

O céu tão azul que machuca os olhos. Seria lindo, se meu interior não estivesse mais para cinza escuro e chuva grossa com muito raios. Toda esssa beleza chega a ser ofensiva. Que vontade de pegar uma borracha enorme e apagar tudo!

Passo os canais da tv, um após o outro, na esperança inútil de encontrar alguma coisa para assistir. Tv nunca é um passatempo muito divertido aos domigos. Alías não é em qualquer dia, com exceção de quando resolvem passar um filme bom. O que raramente acontece.


Mas no domingo então, nunca se encontra nada. A não ser bumbum de fora rebolando, um bando de idiotas fazendo o que sabem (idiotices) em rede pública nacional para ganhar uns trocados, ou uma banda qualquer fingindo que ama o pobre do fã que procura saber de tudo sobre a vida deles.

Até que tipo de papel usam para limpar o **. Mas isso realmente não é nem um pouco interessante. Não sei como eles podem ofender tanto o censo de cultura das pesssoas. Ou talvez há mesmo gosto para tudo e tem gente que curte isso. O que para mim, é impossível de ser aceito.

Sorte que ainda tem o pc. E um som legal. Ah! E claro, a cozinha esperando para ser assaltada. Minha balança que sofra depois!

Sabe, a solidão tem suas vantagens.

Você pode ler aquele livro que não conseguiria com um monte de crianças correndo pela casa. Ou com um namorado(a) chato que acha que é melhor que qualquer Sidney Sheldon*.

Ouvir uma boa música no último volume. O que sua mãe certamente não deixaria, ou pelo menos alugaria seu ouvido por umas boas duas horas para reclamar.

Gritar. Quando os fantasmas da sua cabeça ficam tão insuportáveis que só balançar a cabeça e tentar pensar em outra coisa não adianta.

Quando você fica tão confuso e inseguro que sua cabeça parece que vai explodir.

Gritar é definitivamente uma ótima terapia. E que de preferência, deve ser feito quando não há ninguém por perto. Assim tem melhor efeito.

O pior de ficar sozinha num ensolarado domingo à tarde é que faz bater aquela saudade estranha. Aquela que você sente de algo que nunca teve.

Ou pelo menos que nunca achou que poderia sentir falta.

Você sente falta dos pais que te enchiam o saco e que faziam você ser louca para morar sozinha.

Você sente falta daquele irmão mais velho que era cheio de si. E que te fazia levar bronca sempre que podia.

Você sente falta daquele pirralho que não te deixava ouvir música ou ler em paz. Sempre perguntando “o que é isso?”, “o que é aquilo outro?”.

Você imagina como ia ser bom rever aquele amigo que te viu chupando chupeta ainda. Que aprendeu a andar de bike com você. Que escorregou num monte de lama e levou uma surra por ter ficado na chuva.

Do mesmo jeito que você também levou. Daquele que brigou com você na última vez que esteve em casa.

Que disse que nunca mais queria te ver.

Do qual você ficou com ódio enorme no momento, mas meia hora depois tudo o que conseguia fazer era se engasgar com os soluços e se afogar nas lembranças dos “bons tempos”.

Mas o que importa? Esse tempo não volta mais. Agora você está sozinho.

No meio de um monte de gente que pergunta se está tudo bem, mas não quer ouvir a resposta de verdade.

Um monte de gente que se perde no seu mundinho interior e não é capaz de ver que o vizinho precisa de algo.

E você lembra que quando sair no outro dia de manhã e fechar a casa, vai sentir um vazio por saber que assim que retornar ela vai estar do mesmo jeito. Sozinha. Fechada. Fria. Esperando por você.



*Sidney Sheldon: autor norte-americano, nascido em Chicago com mais de vinte romances publicados, além de uma autobiografia, musicais para a Broadway, roteiros para a MGM e Paramount Pictures.

É o criador das séries Jeannie é um gênio e Casal 20. No início achava que não conseguiria escrever um livro. Porém já vendeu mais de 300 milhões de livros em todo o mundo. Seus romances foram traduzidos em 151 línguas e vendidos em 180 países.

Um dos meus atores favoritos.

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